Por: Adriane Viapiana Bossa
Data: 22/12/24
No mundo das terapias alternativas, muitas práticas são baseadas em conceitos que procuram harmonizar corpo e mente através da manipulação de energias sutis. Entre essas práticas, o uso de ímãs para influenciar a água é uma que desperta curiosidade e, por vezes, controvérsia. Uma questão comum que surge é: “Ímãs podem alcalinizar a água?” Neste artigo, exploraremos essa questão a partir de uma análise baseada nos conceitos físico-químicos e energéticos.
Compreendendo o pH e a Alcalinização
O pH é uma medida da acidez ou alcalinidade de uma solução, determinado pela concentração de íons hidrogênio (H+). Uma solução com alta concentração de H+ é ácida (pH < 7), enquanto uma com baixa concentração é alcalina (pH > 7). Para alterar o pH de uma solução, é necessário adicionar ou remover íons que influenciem diretamente essa concentração. Por exemplo, adicionar bicarbonato de sódio à água aumentará seu pH, tornando-a mais alcalina.
Ação dos Ímãs: Mitos e Realidades
Muitas pessoas acreditam que ímãs podem alterar o pH da água, alcalinizando-a. No entanto, não há evidências científicas sólidas que comprovem essa afirmação. Do ponto de vista físico-químico, os ímãs atuam sobre materiais que têm propriedades magnéticas, como substâncias ferromagnéticas (ferro, níquel, cobalto) ou diamagnéticas, que são ligeiramente repelidas por campos magnéticos.
A água pura, no entanto, é diamagnética e não possui domínios magnéticos permanentes que possam ser realinhados por um campo magnético. Isso significa que a aplicação de um ímã na água não pode alterar sua estrutura química, incluindo o pH. A água, quando submetida a um campo magnético, pode sofrer efeitos temporários em sua orientação molecular, mas essas alterações não modificam suas propriedades químicas básicas, como o pH.
O Conceito Energético: A Prática do “Duplo Ímã”
Apesar da ausência de mudanças químicas mensuráveis, muitas práticas terapêuticas sugerem que os ímãs podem influenciar as propriedades energéticas da água. Um método comum é o uso do chamado “Duplo Ímã”. Neste arranjo, dois ímãs são aplicados do lado de fora de um recipiente contendo água, um em cada lado e, se possível, um terceiro ímã abaixo do recipiente.
Este arranjo cria um campo magnético que atravessa a água. Embora esse campo não alcalinize a água do ponto de vista químico, ele pode, segundo essas práticas, influenciar a energia da água. A ideia é que o campo magnético possa harmonizar ou equilibrar as propriedades energéticas da água, tornando-a mais benéfica para consumo ou uso em outras terapias. Essa harmonização pode ser percebida no plano energético ou sutil, algo que muitas vezes se reflete na sensação subjetiva de bem-estar das pessoas que utilizam essa água.
Em resumo, os ímãs não têm a capacidade de alcalinizar a água em termos químicos. No entanto, práticas terapêuticas como o “Duplo Ímã” podem ser usadas para influenciar a água de um ponto de vista energético, criando um campo magnético que, acredita-se, melhora suas propriedades vibracionais ou harmoniza sua energia. É importante que essas práticas sejam compreendidas em seu contexto próprio e que as expectativas sobre os resultados sejam alinhadas com o que a ciência e a experiência prática sugerem.
Se você é um praticante de terapias alternativas ou apenas alguém interessado em explorar as interseções entre ciência e espiritualidade, compreender essas distinções pode ajudar a usar essas práticas de forma mais informada e eficaz.