Publicado por: Adriane Viapiana Bossa
Data: 06/04/25
Você já se perguntou se a aplicação de ímãs em sessões de Biomagnetismo Medicinal pode interferir nos resultados de uma ressonância magnética (RM)? Essa é uma dúvida comum entre profissionais que utilizam técnicas magnéticas e pacientes que passarão por exames de imagem. Vamos explorar essa questão com base em princípios físicos, magnéticos e biológicos, trazendo respostas claras e cientificamente fundamentadas.
Entendendo o Funcionamento da Ressonância Magnética
A ressonância magnética utiliza um campo magnético intenso para alinhar os spins nucleares, especialmente os prótons de hidrogênio, presentes em abundância nos tecidos do corpo humano. Quando um pulso de radiofrequência é aplicado, esses spins são perturbados, e o processo de relaxamento que ocorre logo em seguida é registrado para gerar imagens detalhadas.
Os campos magnéticos utilizados em ressonância magnética variam entre 1,5 e 3,0 tesla, o que equivale a 15.000 a 30.000 gauss, uma intensidade extremamente elevada em comparação com campos magnéticos utilizados em terapias complementares.
Dois conceitos-chave ajudam a entender esse mecanismo:
- Relaxamento Longitudinal (T1): Tempo para os spins voltarem ao alinhamento com o campo magnético principal.
- Relaxamento Transversal (T2): Tempo para os spins perderem coerência de fase entre si.
Esses processos são extremamente rápidos, ocorrendo em milissegundos a segundos, dependendo do tecido. Assim, logo após o exame, os tecidos do corpo retornam ao estado magnético basal.
Biomagnetismo Medicinal e Seus Efeitos Biofísicos
No Biomagnetismo Medicinal, ímãs são aplicados ao corpo para equilibrar cargas bioelétricas e restaurar o pH dos tecidos. Esses efeitos são:
- Localizados: O impacto dos ímãs ocorre apenas enquanto estão em contato com o corpo. Assim que os ímãs são removidos, os campos magnéticos naturais do organismo retomam o estado de equilíbrio bioelétrico basal. Esse processo permite que o sistema imunológico atue de forma otimizada, aproveitando o estado harmonizado para combater microrganismos, eliminar toxinas e promover a regeneração dos tecidos.
- Reversíveis: Assim que os ímãs são removidos, o corpo retorna ao seu estado energético natural. O que se segue é a ação do sistema imunológico, que utiliza o equilíbrio promovido pelos ímãs para potencializar a eliminação de microrganismos, toxinas e para reparar tecidos.
- Independentes de Processos Nucleares: O Biomagnetismo atua nos equilíbrios iônicos e no pH, sem alterar permanentemente os spins nucleares ou a estrutura magnética dos tecidos.
Os campos magnéticos utilizados no Biomagnetismo Medicinal são estáticos e variam de 1.000 a 7.500 gauss (0,1 a 0,75 tesla). Esses valores são muito menores que os campos magnéticos de uma RM, mas suficientes para promover alterações bioelétricas e bioquímicas nos tecidos. Isso significa que a aplicação de ímãs não gera resíduos magnéticos que possam interferir em exames de RM.
Outras Terapias Magnéticas
Além do Biomagnetismo Medicinal, existem outras abordagens terapêuticas que utilizam campos magnéticos, como a Magnetoterapia, que emprega campos pulsáteis para tratar inflamações e promover recuperação celular. A principal diferença é que o Biomagnetismo Medicinal trabalha com ímãs estáticos, enquanto a Magnetoterapia utiliza equipamentos que geram variações no campo magnético.
Antes da RM: Interfere no Exame?
Não. Realizar uma sessão de Biomagnetismo antes de uma RM não interfere nos resultados do exame, pois:
Os tecidos retornam rapidamente ao estado magnético basal após a remoção dos ímãs.
O exame de RM é projetado para detectar propriedades nucleares (dos prótons) e não alterações temporárias nos campos bioelétricos.
Portanto, qualquer efeito dos ímãs no corpo não será captado pela RM.
Depois da RM: Afeta o Rastreio ou Impactação?
Tão pouco. Após uma RM, os prótons já retornaram ao estado basal em milissegundos. Os campos magnéticos intensos da RM não deixam “resíduos” magnéticos nos tecidos que poderiam interferir no rastreio ou na aplicação de ímãs.
Realizar uma sessão de Biomagnetismo Medicinal após o exame é completamente seguro e igualmente eficaz.
Recomendação Prática Baseada na Ciência
Embora não haja contraindicações científicas, algumas boas práticas podem ser seguidas para garantir conforto e segurança:
Evite no mesmo dia: Essa recomendação é válida principalmente para pacientes ansiosos, que têm medo ou dúvidas sobre os efeitos do Biomagnetismo e da RM. Também pode ser relevante para biomagnetistas inseguros, que não sabem explicar adequadamente o processo ou têm receio de aplicar a técnica. Para profissionais confiantes e pacientes bem informados, não há contraindicação científica para a realização no mesmo dia.
Esclareça ao paciente: Explique que não há impacto de uma sessão de Biomagnetismo antes ou depois de uma RM nos resultados de ambas as práticas.
Ciência e Confiança Caminham Juntas
A compreensão do funcionamento do Biomagnetismo Medicinal e da ressonância magnética revela que as duas abordagens podem coexistir sem interferência. Com base nos princípios de física e biofísica, podemos assegurar que o uso de ímãs é seguro e eficaz, independentemente do momento em relação ao exame de RM.
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Fontes:
Foltran, Â. A., et al. (2023). Concepts in Magnetic Therapies Related to Medicinal Biomagnetism – Literature Review. Health and Society, 3(02), 152-194. DOI: 10.5281/zenodo.7957357
Silva, L. R. A., et al. (2023). Biomagnetismo Medicinal – Apresentação de Protocolo para Tratamento da Psoríase. Ciências da Saúde, 122, DOI: 10.5281/zenodo.7900375
International Society for Magnetic Resonance in Medicine (ISMRM) (https://www.ismrm.org)